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Representantes dos movimentos de igualdade social e outras causas sociais de Londrina voltaram a protestar neste sábado (21) contra a morte de João Alberto Silveira Freitas, provocada por dois seguranças do Carrefour em uma unidade da rede em Porto Alegre (RS). Foi a segunda manifestação em frente à loja do supermercado em Londrina - a primeira foi na noite de sexta-feira (20), no Dia da Consciência Negra.
O protesto deste sábado começou com carreata, concentrada no Estádio do Café, a partir das 15h. Os veículos trafegaram com frases de protesto e o slogan "Xô racismo”. A carreata foi liderada por um carro de som, de onde eram feitos discursos e apresentação musical. Após passar por vários bairros da zona norte de Londrina, o comboio seguiu pelas ruas do Centro até a Madre Leonia Milito, de onde partiram para o supermercado, localizado ao lado de um shopping center. Os manifestantes foram recebidos pela Polícia Militar, por volta das 18h30, com homens equipados com cassetetes e escudos. O comandante da operação disse a eles que a PM estava ali para a segurança deles. Não houve conflitos entre os manifestantes e os policiais.
Os participantes do protesto deixam os veículos fora do estabelecimento e entram, à pé, no estacionamento da loja, onde voltaram a protestar com discursos contra o racismo, incluindo críticas a ações policiais contra jovens negros, e faixas. A manifestação terminou perto das 20h, sem intercorrências graves - houve dois princípios de tumulto, ocorridos quando uma participante disse ter visto um segurança da loja debochando do protesto e de um homem que criticou os manifestantes. O Carrefour se manifestou por meio de nota à imprensa: "O Carrefour entende que as manifestações que estão ocorrendo são legítimas. Nós compartilhamos do mesmo sentimento e estamos à disposição para criar um debate com a sociedade, buscando soluções para que casos como este não voltem a acontecer." João Alberto Freitas morreu na noite de quinta-feira (19), véspera do Dia da Consciência Negra, após ser covardemente agredido e imobilizado por dois seguranças de um Carrefour em Porto Alegre. A ação violenta foi gravada por celular e causou indignação nacional após as imagens viralizarem nas redes sociais. Ele foi asfixiado por quatro minutos diante de 15 testemunhas. Terceirizados, os dois seguranças foram presos em flagrante e demitidos por justa causa. O Carrefour disse que romperia o contrato com a empresa e que também demitiria o funcionário responsável pela loja. O caso teve repercussão internacional e é comparado à morte de George Floyd, por asfixia mecânica provocada por policiais que ajoelharam em seu pescoço. O assassinato gerou o movimento Black Lives Matter e uma onda de protestos.
Créditos: Bonde/Folha