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A vida de Sirlei Aparecida Barbosa nos últimos seis anos mudou completamente após o diagnóstico da doença de Parkinson. Com 49 anos, viu os efeitos da doença aparecerem de forma precoce: na coordenação motora e, também, na memória e no desempenho de pequenas atividades cotidianas. Pouco tempo após o diagnóstico, em uma consulta no Posto de Saúde no Jardim Leonor, Sirlei ficou sabendo de um projeto de extensão que utilizava da fisioterapia para reabilitar pacientes de Parkinson. “Uma moça que trabalhava no posto me falou, e eu comecei a frequentar. Cinco anos depois, estou bem melhor. Cheguei toda travada”, comenta, satisfeita.
Sirlei é uma das cerca de 400 pessoas portadoras da doença de Parkinson atendidas pelo Grupo de Pesquisa em Fisioterapia Neurofuncional (GPFIN) da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Às terças e sextas-feiras, o grupo, coordenado pela professora Suhaila Santos, do Departamento de Fisioterapia (CCS), reúne-se no pátio da Igreja Nossa Senhora Aparecida, na Vila Nova, região central de Londrina, para realizar uma série de exercícios de reabilitação neurofuncional, vitais para melhorar a qualidade de vida de pacientes de Parkinson. O GPFIN atende cerca de 60 idosos, em sua maioria com 60 anos ou mais, semanalmente.
Suhaila conta que o projeto está ativo há 12 anos e coleciona evidências de que “o movimento é a terapêutica mais eficaz” para lidar com Parkinson. “É uma doença que não tem cura e deve ser administrada junto de remédios. Porém, com o tempo, esses remédios param de fazer o efeito desejado. Nessa hora, entram os exercícios, como um fator importante para o aumento da imunidade desses pacientes”, avaliou a professora.
Neuroplasticidade
Um dos trunfos do movimento para o tratamento de Parkinson é exercitar a neuroplasticidade — a capacidade de o cérebro se transformar e se readaptar a estímulos aos quais é submetido. Com o avanço da doença e a perda de eficácia dos remédios, a prática cotidiana de exercícios com orientação reduz bastante os sintomas, que são muitos e vão desde a perda da capacidade motora, de equilíbrio, tremores e rigidez muscular a dificuldades na fala.
“O cérebro cria mecanismos, através da neuroplasticidade, para se readaptar às agressões externas, lutar contra elas”, comenta Suhaila. “Esses idosos, quando em tratamento, conseguem realizar as atividades cotidianas com menos dor, dormir melhor. Os ganhos são inúmeros”, avaliou. Atualmente, o mal de Parkinson é a segunda enfermidade que mais acomete idosos, depois da doença de Alzheimer.
Outra participante do projeto é Terezinha Sadai Nakayama. Aos 69 anos, Terezinha, assim como sua colega de projeto Sirlei, também obteve o diagnóstico da doença há seis anos. Desde então, sai de sua casa na Vila Penteriche, região Leste da cidade, e é presença garantida nas sessões de fisioterapia. “Fiquei sabendo pela minha sobrinha, que é enfermeira no HU (Hospital Universitário)”, comentou. “Eu me sinto bem mais esperta, com mais atenção durante o dia. Também consigo andar bem melhor do que antes e me sinto mais flexível”.
Integram o GPFIN, além de Suhaila, a professora colaboradora Larissa Laskovski, do Departamento de Fisioterapia, além de 12 graduandos, seis residentes, três mestrandos e cinco doutorandos no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação (UEL-Unopar).
Interessados em participar ou obter mais informações sobre o GPFIN podem entrar em contato pelo e-mail gpfin@uel.br.
Créditos: Tem Londrina