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Londrina registrou novos casos de coqueluche em outubro. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), entre o período de 1 de junho até 7 de novembro deste ano, o município confirmou 194 casos da doença. A cidade também registrou a morte de um bebê de seis meses, em julho, confirmando o primeiro óbito causado pela doença no Brasil após três anos sem registro de mortes.
A coqueluche, também conhecida como tosse comprida ou tosse convulsa, é uma doença infecciosa aguda. Ela é causada pela bactéria Bordetella pertussis, que afeta as vias respiratórias, que levam o oxigênio até os pulmões.
No Brasil, a coqueluche é controlada devido à vacinação em massa. No entanto, o aumento dos casos no país e no mundo chamam a atenção para o tema, a baixa adesão à imunização.
Ainda segundo a SMS, a vacinação contra a doença continua baixa em Londrina.
“Infelizmente quando falamos de vacina, é um tema que se tornou tabu por parte da sociedade. É uma discussão descabida no âmbito de pessoas leigas, que acabam afastando a população das salas de vacina. Coqueluche, H1N1, covid, dengue, paralisia infantil. Nossa cobertura, quando somam-se todos os dados, chega a 70% de cobertura, que já tínhamos atingido quase 100% em outros momentos”, explica o secretário Felippe Machado.
Fonte: Tem Londrina
Inserida no calendário esportivo de Londrina e bastante aguardada, 8ª edição da corrida Go Pink foi realizada neste domingo (13) e também integra ações do MOR (Movimento Outubro Rosa) mês de conscientização sobre prevenção do câncer de mama.
As práticas começaram às 7 horas da manhã no Aterro do Lago Igapó 2 com percursos de 4 km e 8 km para a corrida , 4 km Kangoo e 2,7 km de caminhada.
A prova foi organizada pela Capa Eventos e a ocasião foi também de celebração para quem está curado do câncer. Houve uma premiação especial, dedicada aos atletas que já tiveram câncer. Foi um pódio bastante aplaudido e respeitado por todo o público presente.
Promovido pelo HCL (Hospital do Câncer de Londrina) e pelo Movimento Outubro Rosa, o evento prima por fortalecer a Campanha Outubro Rosa e alertar a população sobre o câncer de mama, que é o principal tipo de câncer na população feminina.
Coordenadora do voluntariado do Hospital do Câncer, Iracema Fabian explica que a corrida tem um papel relevante nesse movimento.
"A corrida é justamente uma forma de se falar sobre saúde. Estar com a mamografia em dia, fazer atividade física são formas importantíssimas de prevenção", lembra.
Com 2100 inscritos e expressivo número de incentivadores e familiares presentes em toda a prova e premiação, a 8ª edição da Go Pink recebeu atletas independentes de outros municipios e também de assessorias de corrida de outras cidades - que em todas as provas fazem questão de prestigiar o evento esportivo, em razão da causa.
"O sucesso cada vez maior da corrida Go Pink reflete-se na conscientização de todos, pois é preciso cuidar da saúde e fazer os exames preventivos. Assim , no caso de uma confirmação de câncer, o tratamento será mais rápido e com muito mais possibilidade de cura total", salienta Fabian.
O Sisvan (Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional) - sistema de informações que tem como objetivo principal promover informação contínua sobre as condições nutricionais da população e os fatores que as influenciam - aponta que, em Londrina, 45.420 pessoas possuem obesidade em seus níveis mais graves (I, II e III).
Segundo o Sistema, no ano de 2023, 21,78% da população (28.259 pessoas) de Londrina foi diagnosticada com obesidade grau I - quando o IMC (Índice de Massa Corporal) se situa entre 30 e 34,9. A obesidade grau II (IMC entre 35 e 39,9) afeta 8,95% (11.608) da população e, por fim, a obesidade grau III (IMC ultrapassa 40) está presente em 4,28% (5.553) da população.
Em contrapartida, o acesso aos tratamentos para a doença não acompanha o aumento da obesidade, no Brasil e no mundo. Um levantamento exclusivo, realizado pela SBCBM (Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica), comparou o número de brasileiros com obesidade em seus níveis mais preocupantes (1, 2 e 3) com o volume de cirurgias realizadas pelos planos de saúde, somados aos procedimentos via SUS (Sistema Único de Saúde). O levantamento foi realizado em decorrência do Dia Nacional de Prevenção da Obesidade - 11 de outubro.
“As taxas de obesidade quase triplicaram nos últimos 50 anos, e até 2030 mais de 1 bilhão de indivíduos em todo o mundo devem ser obesos. Isso cria uma tensão econômica significativa, no Brasil e no mundo, devido às doenças não transmissíveis associadas. A causa raiz é um desequilíbrio no gasto de energia, devido a uma interação de fatores genéticos, ambientais e de estilo de vida", informa o presidente da SBCBM Antônio Carlos Valezi.
O tratamento cirúrgico da obesidade, a cirurgia bariátrica e metabólica, foi disponibilizado no ano de 2023 para 0,097% dos brasileiros elegíveis para o tratamento segundo normas do país, que soma 8.239.871 milhões de pessoas, de acordo com o Sisvan.
Ao todo foram feitas 80.441 cirurgias no ano passado, sendo 7.570 cirurgias pelo SUS, conforme DATASUS, 3.830 cirurgias particulares e outras 69.041 cirurgias pelos planos de saúde, segundo os dados mais recentes da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).
O presidente da SBCBM Antônio Carlos Valezi, explica que a cirurgia é chamada bariátrica e metabólica leva este nome porque ela tem como consequência da perda de peso a melhora de doenças cardiológicas, hipertensão arterial, doenças renais, hepáticas e a remissão do diabetes tipo 2, entre outras associadas à obesidade.
"A segurança e a eficácia do procedimento são comprovados e trazem benefícios econômicos e sociais para o sistema de saúde e pacientes. No entanto, a cada ano acompanhamos uma evolução preocupante no que se refere ao crescimento da obesidade e, enquanto isso, menos de 1% da população elegível tem acesso ao tratamento", ressalta Antônio Carlos Valezi.
O Hospital Veterinário Municipal de Londrina, inaugurado há 24 dias, superou em 70% a previsão de atendimentos a animais do município até o momento. Quem estima a porcentagem é Ana Paula Marcos, gestora da CHC Saúde Única, empresa de Itajaí (SC) que opera o hospital.
Ainda não há dados catalogados e atualizados para detalhar as três primeiras semanas de funcionamento da unidade, por isso o número foi baseado na experiência de Ana Paula como administradora do espaço.
A reportagem teve acesso ao relatório de atendimentos dos primeiros quatro dias de funcionamento, que foi enviado à CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização). De 13 a 16 de agosto, o percentual de consultas eletivas para animais de pequeno porte alcançou 22% da meta prevista para o mês. Ou seja, de 350 atendimentos esperados, 76 foram feitos nos primeiros quatro dias.
A mastectomia - cirurgia que retira total ou parcialmente a mama do animal por causa de cânceres ou tumores - em animais de até 10 quilos alcançou 40% dos atendimentos esperados para o mês nos quatro primeiros dias de serviços prestados. O procedimento para aqueles que têm de 10 a 20 quilos alcançou 20%. Os dados, mesmo que aferidos em poucos dias, comprovam a alta demanda.
Segundo ela, a procura não para de crescer. São cerca de 25 atendimentos diários agendados pela CMTU - com pessoas previamente cadastradas no CadÚnico (Cadastro Único para Programas Sociais) -, além dos casos de urgência e emergência.
O Hospital Veterinário tinha, na tarde de quinta-feira (5), cerca de 40 animais instalados. Ana Paula diz que o número só aumenta, já que até quarta-feira (4) ainda havia espaço disponível, com um total de 28 animais amparados. "De ontem para hoje [quinta], chegou uma família inteira de cachorros", conta a gestora.
As baias podem comportar até quatro animais, mas, na maioria dos casos, precisam ser exclusivas, por causa das constantes brigas, que podem ocasionar novos ferimentos e doenças.
Com a superlotação, os médicos-veterinários são orientados a atenderem e já liberarem os animais que têm tutores, evitando o máximo possível que eles fiquem internados.
Durante o dia, dois veterinários - um cirurgião e um clínico - atuam no local. Na parte da manhã, mais dois intercalam-se. De noite, um outro profissional assume o plantão. Entre os principais atendimentos, estão a cirurgia ortopédica e o raio x em animais atropelados.
Dentro das instalações, os pets que já estão saudáveis e foram resgatados de maus-tratos brincam e se divertem. O espaço tem áreas abertas para que os animais passeiem pelo menos uma vez por dia.
Ana Paula, que é médica-veterinária, além de ser a responsável pelas burocracias do hospital, também ajuda nos resgates dos animais. Ela conta que a ideia é que todos os cachorros e gatos que forem resgatados sejam tratados e depois doados.
"Como iniciamos há pouco tempo, o processo de adoção está lento. A ideia do projeto é recolher o animal de rua, fazer o tratatamento, a castração, a microchipagem e só aí procurar um lar. Os que estão aqui ainda estão nesse trâmite, em tratamento", explicou.
Os novos "inquilinos" responsáveis por lotar o espaço são uma família de cachorros que foi abandonada na Mata dos Godoy, onde ficam apenas animais silvestres.
"O mantenedor [da Mata dos Godoy] ligou e pediu para enviar para cá [os animais abandonados]. Os pequenos foram desverminados, tomaram a primeira dose. Os pais vão para a castração, microchipagem e depois para a doação. Os filhotes podem ser adotados mais facilmente."
As baias são separadas com os nomes de cada um dos animais. Entre os instalados, estão o Thor, cachorro que tem TVT (Tumor Venéreo Transmissível) e está em tratamento. Ele foi vítima de maus-tratos e abandonado pelos donos.
Já Rosa foi resgatada. "Ela ficava presa numa coleira e a pele estava toda em carne viva. Agora ela já está bem. Será castrada, microchipada e encaminhada para a adoção", contou Ana Paula.
O Hospital Veterinário ainda está em fase de adaptação. Na última semana de agosto, o CRVM (Conselho Regional de Medicina Veterinária) fez vistorias no local e encontrou irregularidades. Ana Paula pondera que todas as medidas já estão sendo tomadas para a adequação necessária.
Em breve, novos equipamentos de ultrassonografia e raio x também devem chegar ao local.
Apelo por ajuda
O Hospital Veterinário Municipal é destinado exclusivamente aos animais de Londrina, mas muitos moradores das cidades da região estão procurando o local para tratar os seus pets.
Enquanto a reportagem visitava a unidade, uma idosa residente em Cambé (Região Metropolitana de Londrina) aguardava atendimento, mas foi orientada pela equipe de que não se enquadrava no público-alvo.
Em seguida, uma jovem de 21 anos - que afirmava não ter condições de pagar o tratamento de seu gato por não trabalhar, devido a motivos de saúde - chorava e pedia ajuda, com medo do seu gato morrer por um suposto caso de envenenamento.
"Eu tentei atendimento em clínica particular, aí eles me indicaram aqui. Ele [o gato] está fraco. Estava tremendo antes de sair de casa. Não se mexe, não levanta, estava com diarreia. Acordei e ele estava jogado no chão", relatou.
A reportagem apurou que o gato da jovem foi estabilizado e encaminhado novamente para uma clínica particular. A tutora, por não ser de baixa renda, terá que arcar com as custas do tratamento. "Nós levamos até o consultório e se não houver um risco iminente de morte, nós estabilizamos o animal e fazemos o encaminhamento", pontuou Ana Paula.
Quem levantou cedo para fazer exercício físico na praça do jardim Piza, na zona sul de Londrina, nesta segunda-feira (26), ficou atento com a movimentação no bairro.
A presença de servidores da prefeitura e funcionários do Instituto WMP foi para a liberação dos primeiros “wolbitos”, que são os mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia, que promete impedir que os vírus, inclusive o da dengue, se desenvolvam no inseto. “Tudo que é para acabar com a dengue é bom”, avaliou o metalúrgico aposentado Euzébio Gomes.
O idoso sabe bem os efeitos da dengue. Há cerca de quatro meses o morador foi diagnosticado com a doença. “Fiquei um mês passando mal, com dores nas pernas, não tinha apetite. É uma doença que ‘derruba’ mesmo a pessoa”, relatou. A tecnologia deve combater justamente a transmissão da dengue, além da zika e chikungunya.
A Wolbachia é um microrganismo presente em 60% dos insetos da natureza, porém, não é encontrada no Aedes, que quando tem a bactéria inserida, ela impede que os vírus dessas doenças se desenvolvam dentro do mosquito, contribuindo para redução de casos.
A Wolbachia é um microrganismo presente em 60% dos insetos da natureza, porém, não é encontrada no Aedes, que quando tem a bactéria inserida, ela impede que os vírus dessas doenças se desenvolvam dentro do mosquito, contribuindo para redução de casos.
Um balanço divulgado pela Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) da primeira etapa da força-tarefa de vacinação nas escolas estaduais e municipais, que ocorreu entre 5 e 16 de agosto, mostrou que o Paraná, registrou a aplicação de 86.121 doses de vacinas e a avaliação de 197.185 carteirinhas de vacinação. A iniciativa foi prorrogada e segue até o dia 31.
Durante essa primeira fase, a vacinação se deu em 947 escolas estaduais, o que representa 45,31% das unidades. Além disso, outras 515 escolas estaduais já têm a vacinação agendada, totalizando 1.462 unidades atendidas, correspondendo a 69,95% do total de instituições deste tipo no Paraná.
Nas escolas municipais, a imunização foi concluída em 1.769 unidades, com outras 684 escolas já agendadas, atingindo um total de 2.453 (47,65%).
“Tivemos uma adesão importante durante essa primeira etapa de imunização nas escolas. Agora, é preciso incentivar ainda mais para garantir que nossos jovens estejam protegidos contra doenças preveníveis”, destacou o secretário de Estado da Saúde, César Neves.
De acordo com o secretário de Estado da Educação, Roni Miranda, a vacina ainda ajuda a garantir a presença escolar. “Aluno doente é aluno ausente. Sabemos que, muitas vezes, doenças infecciosas podem levar a ausências, impactando o aprendizado dos alunos ou comprometendo a saúde dos demais estudantes. Vacinar reduz o risco de surtos e, consequentemente, a necessidade de faltar às aulas”, afirmou.
A vacinação é feita com a autorização dos pais ou responsáveis, mediante a assinatura de um termo de consentimento. Antes de cada aplicação, as equipes de saúde revisam a carteirinha do estudante para identificar quais vacinas ele poderá tomar.
O imunizante contra a Influenza está disponível em todas as instituições participantes da campanha. Outros podem variar conforme a estratégia de distribuição estabelecida pelos municípios.
O Hospital Veterinário Municipal começará a atender nesta terça-feira (13), às 9h, na avenida Prefeito Faria Lima, 844, na zona oeste de Londrina. A estrutura, que será gerida pela terceirizada CHC Saúde Única - empresa de Itajaí (SC) -, será exclusiva para pessoas de baixa renda do município. Ou seja, os atendimentos serão disponibilizados apenas para aqueles que não têm recursos financeiros para arcar com as custas.
O diretor-presidente da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização), Neto Almeida, enfatizou que quem tentar burlar o sistema de cadastro prévio deverá ressarcir o município. No local, haverá uma triagem para confirmar as informações do tutor do animal.
"Será para quem estiver inscrito em programas do governo federal, tendo que fazer a comprovação para receber o atendimento. Também será para protetores cadastrados no município e para ONGs [Organizações Não Governamentais]. Não adianta nada uma pessoa com poder aquisitivo tentar burlar o sistema. Caso comprovado, ela vai ter que ressarcir", explicou.
Mesmo tendo horário delimitado para atendimentos comuns das 9h às 17h, o Hospital Veterinário funcionará 24h por dia para urgência e emergência. Caso alguém encontre, por exemplo, um animal atropelado e quiser levá-lo, ele será atendido. Haverá também a área clínica para atendimentos de rotina e o programa de adoção. A ideia, segundo Almeida, é que os animais albergados sejam adotados após recuperação.
A diretora operacional do hospital, Thaynara Pacheco, ressaltou que o segundo andar terá estrutura para acomodar os médicos que estiverem de plantão, com camas, banheiro e cozinha. Além disso, os 350 m² de área construída terão raio x, mesa cirúrgica, aparelho de ventilação, tapetes aquecidos e instrumento de aplicação de anestesia inalatória.
Segundo ela, qualquer previsão sobre o número de animais atendidos por mês é precipitada, mas estima-se cerca de 700 atendimentos mensais, podendo esse número "ser ultrapassado facilmente". "Muitas vezes, a gente passa a agenda de 30 a 40 atendimentos no dia, porém falta muita gente que marca e não vem e também há os atendimentos de urgência e emergência, que acabam passando na frente pela complexidade", pontuou.
Pacheco também explanou que o local terá funcionamento clínico paralelo com atendimento cirúrgico. "Enquanto o médico veterinário estiver em operação, o outro estará fazendo atendimento clínico. Os veterinários que ficarem na parte da noite, no plantão, também cuidarão dos animais internados e dos abrigados."
Outros atendimentos
O diretor-presidente da CMTU disse que os serviços relativos aos animais prestados pela entidade continuarão funcionando no município mesmo com a inauguração do hospital. "Nós continuaremos atendendo os casos de maus-tratos e com outros serviços, como o recolhimento de animais de grande porte e o recolhimento de carcaças."
Almeida explanou que a fase inicial será de testes. A empresa terá que enviar relatórios mensais à Administração Pública para que balanços sejam feitos. "A ideia é que os primeiros 60, 90 dias sejam de monitoramento e fiscalização da CMTU para ver o que é possível trazer de novidades, seja ambulância ou algo que possa ser feito fora do hospital."
O prefeito de Londrina, Marcelo Belinati (PP), também compareceu à inauguração. Ele declarou que o município é um dos mais avançados do Brasil na atenção à causa animal.
"É um grande passo que Londrina dá hoje no país. São pouquíssimas cidades que têm esse conjunto de ações: o castramóvel, os fogos de artifício com barulho proibidos, o resgate dos grandes animais, o banco de ração e agora o hospital. É uma semente que plantamos", disse.
Trabalho facilitado
A inauguração do Hospital veterinário de Londrina foi vista por voluntários como uma ajuda essencial e histórica. Érica Bornia, fundadora do projeto Creche dos Anjos Peludos, comemorou a novidade, mas pontuou que o problema é muito mais amplo.
"Antes, a gente sofria muito. A ajuda era zero. [O hospital] É uma ajuda, mas não é tudo que Londrina precisa. Quem é da causa animal sabe que o problema não é só o animal, é a família que cuida dele. No entanto, como protetora, estou feliz."
A Creche dos Anjos Peludos prestou serviços voluntários de 2011 a 2017 e foi fechada por dívidas financeiras. Segundo Bornia, somente ela deve mais de R$ 20 mil em clínicas veterinárias.
"Os resgates eram feitos [com recursos] do nosso próprio bolso. Tivemos quase 500 animais sob nossa guarda. Agora, pretendemos abrir novamente. Mas é necessário estudo, porque temos que trabalhar. Nós temos a nossa família. Não dá para fazer tudo", concluiu a voluntária.
A produtora rural Danielle Camassola Wilpert, de 38 anos, teve a maior parte de sua gravidez tranquila, mas ao final da gestação apresentou sintomas de resfriado, e após realizar um exame de rotina do pré-natal descobriu ter contraído citomegalovírus, um vírus do grupo herpes. A moradora de Campos Novos, uma pequena cidade de Santa Catarina, foi informada por uma médica que era preciso esperar o bebê nascer para avaliar se o vírus causaria algum problema de saúde no pequeno.
Descontente com as respostas, a mãe se aprofundou em pesquisas para encontrar uma forma de proteger a vida do filho, e evitar complicações.
Em um exame morfológico feito com 24 semanas de gravidez uma dilatação dos ventrículos do cérebro do bebê foi identificada, indicando a hidrocefalia. “Comecei a pesquisar na internet e me falaram que deveríamos procurar um neurocirurgião pediátrico, mas onde moramos é difícil localizar um profissional desse. Acabei procurando no Instagram e encontrei vários, mas o único que me chamou a atenção foi o doutor Alexandre Canheu. Segui e acompanhei, sem marcar consulta porque a orientação até então era de esperar o parto. Mas ao me informar, vi que deveria fazer algo o quanto antes para reverter o caso sem causar danos no cérebro do meu filho”, conta a mãe.
Na primeira consulta online, o neurocirurgião pediátrico de Londrina, no Paraná, avaliou os exames e orientou a família sobre o caso, com a indicação de um obstetra, e um plano para operar o recém-nascido, com o objetivo de evitar danos cerebrais causados pelo acúmulo de líquido no cérebro, característico da hidrocefalia. A cesariana foi realizada no início de julho, e um dia depois o pequeno Guilherme Lucca Wilpert passou por uma cirurgia feita pelo especialista no Hospital Evangélico de Londrina.
“O procedimento é conhecido como “DVP”, ou válvula de derivação ventriculoperitoneal, em que esse dispositivo é implantado no paciente para drenar o líquor de dentro dos ventrículos cerebrais e levá-lo a cavidade abdominal, que será responsáveis pela absorção. No caso do Guilherme, fizemos o acompanhamento no final da gestação, com exames frequentes, e avaliei que o ideal seria fazer a cirurgia logo após o parto. Quando o bebê nasceu, fizemos uma avaliação médica e confirmamos a necessidade da DVP, que foi um sucesso”, relata Canheu.
Após 16 dias do nascimento, a mãe comemora a saúde do filho, “Ele está muito bem, a cabeça dele já normalizou e não teve nenhum dano. A princípio é um bebê sem dano no cérebro causado por hidrocefalia”.
O especialista explica que Guilherme possivelmente terá que conviver com a válvula, e que se desenvolverá bem.
O vírus
O citomegalovírus, chamado de CMV, é uma infecção por vírus da família herpes-vírus, que acomete pessoas de todas as idades. A maioria dos casos não apresentam sintomas, mas podem provocar sensação de febre e cansaço, tendo em vista que o sistema imunológico fica enfraquecido. A transmissão ocorre por saliva ou outras secreções, transfusões de sangue, transplante de órgãos, transmissão congênita e sexual.
“Em bebês, o vírus pode causar doenças graves, como a hidrocefalia. Quando a mãe é infectada, o filho pode ser infectado durante a gestação ou no parto. A doença pode provocar aborto, a morte de bebê no parto ou após”, explica Canheu.
Para detectar a patologia em recém-nascidos, é necessário realizar um exame de urina, ou saliva. O tratamento é feito com medicamentos antivirais.
“É essencial que, ao ser diagnosticada com o citomegalovírus, a mãe seja acompanhada por um obstetra experiente e que, caso uma alteração seja identificada, um neurocirurgião avalie o caso”, conclui o especialista.
Quando seguia para o trabalho, Sthefane Felipe Verteiro, de 23 anos, bateu de moto contra uma colheitadeira que cruzava a rodovia, entre Bela Vista do Paraíso e Sertanópolis, na Região Metropolitana de Londrina (RML), em 2023. A jovem, que tinha casamento marcado para maio, precisou de uma operação para ser salva, mas sua vida nunca mais foi a mesma. Ela passou a enxergar de forma duplicada, condição conhecida como “diploplia”. Na última sexta-feira (12), mais de um ano após o trauma, uma cirurgia inédita no Brasil foi realizada no Hospital Evangélico de Londrina, no Paraná, para reconstruir sua face, com uma tecnologia da Alemanha, e com apoio de especialistas do Hospital Sírio-Libanês e da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Como o acidente destruiu várias camadas do rosto de Sthefane, provocou a perda de gordura envolta do olho esquerdo, chamada no meio médico de “gordura periorbital 1�7. Com os tecidos danificados e sem sustentação da gordura, o globo ocular mudou de posição, se afundou, o que causou a visão dobrada. “Se eu olho fixamente para frente é normal, mas dependendo dos ângulos que eu olho é diplopia, ou seja, tudo dobrado. É uma sensação de instabilidade e atrapalha”, explica a jovem.
Diante da gravidade da condição da paciente, o cirurgião Buco Maxilo Facial Dr. Daniel Gaziri, do Hospital Evangélico, se deparou com um verdadeiro desafio. Ele teria que encontrar uma forma de dar o contorno ideal para o globo ocular, permitindo que ele voltasse a posição correta e possibilitasse a fusão de imagens, sem a diplopia. Para isso, um grande estudo com profissionais de Londrina, São Paulo e da Alemanha foi feito. Diversos exames de imagens, como ressonância e tomografia, foram realizados para dimensionar a perda de tecidos da paciente e projetar uma prótese 3D em titânio altamente precisa.
Após uma pesquisa profunda e inovadora sobre as quatro paredes que contornam o globo ocular da jovem, a prótese foi impressa no país alemão por cirurgiões, engenheiros e profissionais da tecnologia da informação. “O procedimento é ainda mais inédito porque a prótese é do tipo puzzle, um quebra-cabeça. Ela veio desmontada, e montamos dentro da paciente. Precisou ser feito dessa forma pelo fato da prótese ser um pouco maior, e poderia ser mais difícil caso tivéssemos que instalar inteira”.
Um dos objetivos alcançados pela cirurgia foi de recolocar o globo ocular na posição correta, alinhado ao olho direito. Isso foi feito por meio de uma técnica chamada ‘espelhamento’, em que o olho direito, que não foi danificado, foi espelhado para obter a prótese. Além da visão, a harmonia facial e estética foram pontos a serem alcançados, para que a jovem possa retomar a autoestima.
“A cirurgia foi um sucesso e ocorreu dentro do planejado. Uma vantagem dessa tecnologia é a capacidade de previsibilidade dos resultados. A paciente ficou extremamente satisfeita quando mostramos para ela a tomografia do pós operatório imediato, é nítido que resolvemos o problema dela”, ressalta o cirurgião. Com os globos oculares alinhados, Sthefane passa por um processo de recuperação, que deve levar 30 dias para ter o rosto desinchado, e cerca de três meses para retomar a vida normal.
A jovem conta que tem como plano para o futuro casar com seu noivo, e que está feliz com o resultado, “Eu achei que realmente foi uma oportunidade de Deus para voltar tudo ao normal e eu caminhar minha vida como era antes. Mesmo com o medo por ser a primeira feita no Brasil desse tipo, eu tive que confiar, e eu confiei no cirurgião e que Deus tinha preparado os melhores médicos para cuidar de mim. Estou mais feliz depois dessa segunda grande cirurgia, mais tranquila, calma, quero aproveitar cada vez mais as coisas ao meu redor e olhar para frente”.
Gaziri destaca a importância do procedimento ser realizado pela primeira vez no Brasil em uma cidade no interior, com total acesso a tecnologia. “A divulgação da existência dessa tecnologia é fundamental para a sociedade porque há vários pacientes que estão em casa, com vergonha da própria face, depressivos, à margem da sociedade, por desconhecer que pode ser feito um tratamento como esse. É a primeira vez em que uma cirurgia desse porte com todo o conjunto de tecnologia é feito no país, e nos traz muito orgulho. Para nós é interessante porque traz a oportunidade de transformar Londrina em um polo de educação continuada dessa área”.