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O número de mortes no trânsito em Londrina caiu aproximadamente 10% entre 2021 e 2022. Os dados foram divulgados ontem pela Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU). Segundo o levantamento, as ruas e avenidas da cidade registraram 56 óbitos no ano passado, contra 62 contabilizados no calendário anterior.
O relatório apresenta ainda que, para além do quadro geral, a queda na quantidade de mortes foi observada também entre grupos específicos, como pedestres e motociclistas. Entre pilotos e passageiros de moto, a redução foi de 29 para 24 — ou 17,25% a menos — entre um ano e outro, enquanto entre pedestres a diminuição foi de 20 para 15, queda de 25%.
Outro dado importante revelado pela companhia é que o número total de sinistros — eventos que resultam em dano ao veículo ou em lesões a pessoas ou animais — acompanhou a redução nas mortes. Em comparação com 2021, as ocorrências caíram de 2.932 para 2.708 (-7,5%). Já a contagem de vítimas não fatais foi de 3.449 para 3.233 (-6,9%).
Perfil das vítimas
Dentre os que perderam a vida nas vias do município, 11 possuíam idade igual a superior a 60 anos, sendo que, destes, sete foram vítimas de atropelamento. Três estavam na faixa etária de zero a 17 anos, e 42 tinham entre 18 e 59 anos. Entre todos os mortos, 39 eram homens e 17 eram do gênero feminino.
Vias com mais acidentes
No ranking das vias mais violentas, a BR-369, que no perímetro urbano recebe os nomes de avenida Brasília e Tiradentes, aparece na primeira posição, com nove mortes registradas.
Empatada com ela vêm os trechos urbano e rural da PR-445, que também somaram nove ocorrências fatais. No total, as rodovias estaduais e federais que cortam a cidade tiveram 18 mortes. As ruas e avenidas municipais, por sua vez, computaram 38 óbitos – cinco a menos do que em 2021.
Na avaliação do diretor-presidente da CMTU, Marcelo Cortez, os dados que indicam atenuação da violência refletem os esforços do Município em diminuir a velocidade máxima permitida em algumas vias, bem como em promover campanhas de conscientização, intensificar o serviço de sinalização e implantar equipamentos de monitoramento eletrônico.
O diretor de Trânsito da CMTU, Major Mário Celso Andrade, pontuou que 2022 foi um período de retomada, com o arrefecimento da pandemia de Covid-19. Segundo Andrade, a ideia de cuidado com o próximo e de valorização da vida, tão abordada durante os momentos mais difíceis da crise sanitária, foi transposta para as pistas num ato de consciência por parte dos motoristas. “Depois de muito tempo fechados em casa, muitos condutores voltaram a circular de forma mais comedida, mais respeitosa”, analisou.
Multas
O boletim estatístico divulgado pela CMTU mostra que, se em 2022 Londrina teve queda de mortes no trânsito, inclusive com 22 dias consecutivos — entre 31 de julho e 21 de agosto — sem sinistros que levaram a óbitos, o mesmo não ocorreu com o cometimento de infrações. O número de violações cometidas pelos motoristas no período chegou a 305.605, sendo que 17,8% desse montante (54.408) foi automaticamente convertido em advertência.
O maior percentual de autuações emitidas foi ocasionado pelo excesso de velocidade (65,5%). Do total de infrações, 13,4% foram lavradas pela Polícia Militar (PM) ou derivaram da não identificação do condutor infrator. As ações de fiscalização dos agentes municipais responderam por 14,3%. Já o monitoramento eletrônico que flagra avanço de sinal vermelho ou parada sobre a faixa de pedestres foi responsável por cerca de 6,6% das multas aplicadas.
O presidente da CMTU lembrou que o cometimento de infrações é uma realidade concreta na vida da população, resultado de desrespeito às normas, desatenção ou falta de consciência. “Os equipamentos de radar, por exemplo, são conhecidos, estão todos bem sinalizados e funcionam de acordo com a legislação. A ideia é forçar o condutor a não desenvolver alta velocidade e, assim, prevenir acidentes. Ninguém que roda dentro do limite é autuado”, afirmou.
Cortez lembrou que, em 2015, 100 pessoas morreram nas ruas e avenidas de Londrina. Naquele ano, os óbitos de motociclistas chegaram 43 e os que aconteceram em função de atropelamentos bateram os 36 casos. “De lá para cá, esse quadro mudou e nosso trânsito ficou muito menos trágico. No entanto, quando se fala em mortes, ainda que em menor quantidade, não há o que se comemorar. Queremos continuar avançando na preservação da vida e, para isso, lançaremos mão de todas as ferramentas necessárias”, garantiu.
No ano passado, Londrina registrou 9,38 óbitos no trânsito para cada grupo de 100 mil habitantes. Em 2021, o índice foi de 10,5 e, em 2019, 11,64 mortes. O rendimento do serviço de sinalização viária, em 2022, foi de 4.542 m² implantados ou revitalizados. As ações de manutenção semafórica alcançaram 1.761 operações e o número de novos semáforos implantados chegou a 14.
Créditos: Tem Londrina