A possível desativação do ramal ferroviário da Rumo, conectando Londrina a Ourinhos, é apontada por especialistas como um fator que pode ter impactos adversos no setor produtivo.
A paralisação das operações da empresa abre espaço para que as produtoras recorram ao transporte rodoviário, aumentando a presença de caminhões nas rodovias. Com o custo do frete em ascensão, a preocupação recai sobre o bolso do consumidor. O economista Marcos Rambalducci lamenta a situação, destacando que a notícia é desfavorável para a região, pois resultará em um aumento de caminhões em circulação nas rodovias, justo em um momento em que o setor produtor de Londrina busca promover modalidades com custos menores, maior eficiência energética e menor emissão de gases do efeito estufa.
O setor agropecuário emerge como um dos mais impactados pela interrupção deste serviço, já que fazia uso da linha férrea para o transporte de grãos. Agora, o setor se prepara para uma nova realidade e estuda as melhores formas de se adaptar ao transporte rodoviário. Marcelo El Kadri, presidente da Sociedade Rural do Paraná, expressa preocupação com a desativação, apontando a falta de investimento na estrutura como um dos principais problemas. Ele alerta que empresas com terminais para recebimento de combustível e grãos provavelmente deixarão a região.
A linha desativada cobria uma extensão de 217 quilômetros. Os funcionários que desejarem poderão ser transferidos para as cidades de Apucarana, Paranaguá ou Ponta Grossa no Paraná, e há também a possibilidade de transferência para Araraquara, no estado de São Paulo.
Em nota, a Rumo explicou que encerrou as operações devido à falta de demanda de serviço para 2024, com a última operação ocorrendo em dezembro do ano passado. A concessionária afirma que está avaliando novas oportunidades para a renovação da malha sul.