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Troca de Hidrômetros em Londrina, Cambé e Tamarana Pode Resultar em Aumento nas Contas de Água
16 Jul

Troca de Hidrômetros em Londrina, Cambé e Tamarana Pode Resultar em Aumento nas Contas de Água

A Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná) afirmou, nesta segunda-feira (15), que hidrômetros antigos estão medindo menor consumo de água e a substituição por novos deve aumentar as faturas dos consumidores. Conforme a empresa, os novos hidrômetros medem com maior precisão. Como consequência, a ação deve resultar em contas mais caras. 

 

As trocas são de 2.200 equipamentos, em média, por mês, o que representa pouco mais de 1% dos equipamentos presentes nos municípios de Londrina, Cambé e Tamarana. São mais de 215 mil hidrômetros nessas cidades.

 

A reportagem apurava a reclamação de moradores do Jardim do Sol e do Jardim Shangri-Lá quando a companhia, por meio da assessoria de imprensa, confirmou a alteração. A empresa ressaltou que a mudança acontecerá de acordo com a substituição do hidrômetro.

O novo hidrômetro - que já está presente em algumas residências - tem uma sensibilidade de leitura que identifica vazamentos, como, por exemplo, na válvula de descarga. Já o hidrômetro atual submede o consumo real da residência. A substituição dos relógios será feita de maneira gradativa, a depender da validade do medidor.

A Sanepar ainda esclareceu, em nota, que "todos os hidrômetros utilizados são certificados pelo Inmetro [Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial]. A troca é feita por recomendação do próprio instituto em razão do desgaste das peças dos medidores, o que compromete a medição correta do volume de água consumido no imóvel".

 

Não há informações catalogadas acerca dos bairros ou municípios que já estão avançados na troca do relógio antigo. Mas, segundo a empresa, casas que tiveram o hidrômetro alterado nas últimas semanas já fazem parte do grupo com medição atualizada. 

 

Questionada sobre o aviso prévio aos moradores do provável aumento da tarifa, a assessoria da Sanepar expôs que "a troca não acontece com aviso prévio e nem é necessária a autorização do cliente. Ao aderir ao serviço, ele assume a responsabilidade de guardar o patrimônio e garantir o acesso livre" para a empresa.

 

Moradores pedem melhorias

 

A reportagem recebeu denúncias, na última sexta-feira (12), de moradores do Jardim do Sol e Shangri-Lá sobre a constante falta de abastecimento de água que assola a região. Três moradores entrevistados confirmaram o mesmo problema. Um deles, que pediu para não ser identificado, gravou um vídeo enquanto a sua casa estava sem água. O relógio seguia girando, mesmo sem nenhum fluxo.

 

O morador do Jardim do Sol aparece revoltado na gravação. De acordo com ele, a região vive desabastecida. Na última vez, a sua residência ficou sem acesso à água por dois dias seguidos, chegando a esvaziar o reservatório.

 

Além disso, a tarifa do morador registrou, no mesmo período, um aumento de 261% de um mês para o outro, saindo de R$ 199,33 para R$ 519,83. Após formalizar uma reclamação, a tarifa foi reduzida quase à metade.

 

Bairro vizinho ao Jardim do Sol, o Shangri-lá também apresentou problemas, gerando reclamações. Duas residentes afirmaram que o problema é antigo e as esperanças de que a situação seja resolvida é pequena.

 

"Faz 50 anos que moro aqui. Não pode ameaçar chuva que o encanamento estoura. Os hidrômetros estouram e ficam vazando. O pessoal vem e diz que vai trocar, que vai arrumar, que vai pôr novo, mas não fazem. Eles viram as costas, acontece a mesma coisa. Em questão de cuidar, a Sanepar abandonou mesmo este bairro", desabafou a idosa Silvia Mara Berto.

 

Silvia ressaltou que a situação é agravada pelo fato de não ter reservatório, o que a impossibilita até mesmo de ter acesso ao básico. "É horrível, porque, na minha casa, não tenho caixa [d'água]. A casa é antiga, aí sofremos muito, porque não podemos usar banheiro. É triste!."

 

Outra residente, que não quis ser identificada, expôs que o desabastecimento gera diversos transtornos.

"Sempre que falta, não consigo seguir minha rotina, preocupada [com a possibilidade de] acabar a água do meu reservatório", pontuou a moradora. 

 

"Meu aquecedor funciona com água da rua. Então, banho quente é impossível. Muitas vezes, a água chega suja e, consequentemente, a caixa d’água se enche dessa água suja", lamentou.

 

Sanepar se pronuncia 

 

A Sanepar informou em nota que "não tem registros de paralisações recorrentes no abastecimento de água dos jardins do Sol e Sangri-lá. Nesta região, estão sendo realizadas trocas preventivas dos medidores de consumo, hidrômetros".

 

Em relação à cobrança, a companhia explicou que "quando um cliente observa que mesmo com as torneiras desligadas o hidrômetro continua funcionando, ele deve contratar um encanador que avalie se há vazamento na casa". 

 

A reportagem apurou, no entanto, que a casa do morador não tinha acesso à água, devido ao desabastecimento. Assim, a possibilidade de vazamento não pôde ser considerada.

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