O imbróglio envolvendo a ampliação da pista do Aeroporto de Londrina ganhou um novo capítulo nesta segunda-feira (2), com a realização de mais uma audiência de conciliação entre o município e a União. No entanto, ainda não houve definição sobre o cumprimento do termo de cooperação técnica assinado em 2016 entre a cidade e a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária).
Apesar de não haver avanços concretos, ficou acertado que a Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC) e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) irão realizar estudos para avaliar a viabilidade técnica e econômica das obras. Esses estudos devem considerar o uso das áreas desapropriadas pela Prefeitura e os impactos positivos e negativos da eventual ampliação da pista de pouso e decolagem. Também será avaliada a utilidade da construção de uma pista de taxiamento.
A Infraero terá até dez dias para enviar à Anac os documentos técnicos que embasaram a proposta original da obra. Já a SAC e a Anac terão um prazo de 180 dias para concluir os novos estudos. Uma nova audiência será marcada após a entrega desses relatórios, ainda sem data definida.
O acordo de 2016 previa que o município arcaria com a desapropriação das áreas próximas ao aeroporto – o que foi feito ao custo de R$ 50 milhões – enquanto a Infraero executaria a ampliação da pista em 600 metros e a construção da pista de taxiamento. Em 2021, a administração do aeroporto foi repassada à iniciativa privada, sendo assumida pela CCR, que já realizou uma extensão de 150 metros na pista.
Em dezembro de 2024, a Prefeitura entrou com uma ação civil pública contra a União, exigindo o cumprimento do acordo. O secretário municipal de Governo, Rodrigo Souza, reconheceu que a audiência não teve um desfecho, mas demonstrou otimismo com os estudos. "O importante é que a principal demanda da cidade, a instalação do sistema de pouso por instrumentos (ILS), será atendida até dezembro deste ano", afirmou.
A Infraero avaliou positivamente o encontro, destacando o “espírito de colaboração entre as partes”. Já a Anac ressaltou que a ampliação da pista não está prevista no contrato de concessão, o que gera divergências sobre sua execução. A agência informou que a questão será analisada em conjunto com a SAC e a Prefeitura de Londrina, com base em aspectos técnicos, de segurança e disponibilidade de áreas.
A CCR, concessionária atual do aeroporto, declarou que cumpre todas as obrigações contratuais e se colocou à disposição para realizar a ampliação, desde que a obra seja formalmente incluída no contrato.
A presidente da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), Vera Antunes, defendeu que a União honre o acordo firmado. “A modernização completa do aeroporto é essencial para o desenvolvimento regional”, afirmou. O Sinduscon Paraná Norte também destacou a importância das melhorias para impulsionar a economia, o turismo e a logística da cidade.
