O Jardim Botânico de Londrina, na zona sul da cidade, será reformado em sua totalidade após anos de abandono. Um convênio entre a Prefeitura de Londrina e o governo do Estado, com investimento previsto de R$ 2,3 milhões, deve ser oficializado nas próximas semanas. A expectativa é de que as obras estejam concluídas até 10 de dezembro, data em que Londrina celebra seu aniversário.
Criado por decreto em 2006 para ser um centro de pesquisa e preservação de espécies nativas e exóticas do Paraná, o espaço nunca foi finalizado completamente. Estufas inacabadas e estruturas deterioradas marcam o local, aberto ao público desde 2013.
O destaque da reforma será a transformação da grande estufa próxima ao lago, atualmente desativada e com vidros quebrados. Ela será convertida em uma galeria para exposição de espécies botânicas representativas da vegetação paranaense. “Vamos incluir flora da mata tropical do Rio Ivaí e espécies da antiga cobertura vegetal da região, como a Mata Atlântica. Também teremos uma fileira de pés de café, em homenagem à história de Londrina”, explicou Rafael Greca, secretário estadual de Desenvolvimento Sustentável (Sedest).
Desde 2023, a ponte que liga os dois lados do Jardim está interditada, obrigando os visitantes a fazerem longos trajetos. A estufa, cercada por alambrado, abriga apenas mato alto, lixo e vidros estilhaçados. Segundo Greca, a quebra dos vidros é causada pela grande variação de temperatura e a ausência de ar-condicionado.
Além da estufa, a revitalização incluirá a reforma da ponte, dos caminhos internos e das fontes, impermeabilização do lago (que atualmente está quase seco), melhorias elétricas e reforma da casa de apoio para funcionários terceirizados. “O lugar é naturalmente bonito, e a gente pode deixá-lo ainda mais bonito com essa reforma”, comentou o secretário.
Com 73 hectares, o Jardim Botânico oferece lazer gratuito à população. O recurso para a reforma será disponibilizado via convênio entre a Sedest, a Prefeitura e o Ippul (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina), após uma licitação anterior não ter atraído empresas interessadas. “Como a licitação deu vazia, temos o direito de usar o recurso diretamente por meio da Sedest”, explicou Greca.
A assinatura do convênio depende do retorno do governador Ratinho Júnior de viagem internacional. A chefe do Núcleo Regional da Casa Civil em Londrina, Sandra Moya, auxiliará na elaboração final do projeto. “Vamos apresentar o desenho ao governador e assinar o convênio para fazer algo digno da grandeza de Londrina”, afirmou o secretário. Ainda não há definição sobre a contratação da empresa responsável pela obra, que pode ou não ser por licitação. “Neste momento, temos a intenção política de tirar esse projeto do papel e entregar resultados em até seis meses.”
A atual situação do Jardim Botânico tem frustrado os visitantes. A professora Luciana Versalin, que visitou o local com alunos nesta terça-feira (8), relatou decepção: “Estava bem melhor antes. A ponte está interditada, o lago seco, a entrada cheia de arame e tábua. Parece abandonado. Precisa de muita melhoria.”
A cozinheira Monica de Souza, que costumava frequentar o espaço com os filhos, agora prefere o Lago Igapó, no centro da cidade. “O lugar está perigoso e malcuidado. Faltam atrações para crianças, como parquinhos e atividades ao ar livre. Quando não temos opção, acabamos ficando em casa”, lamentou. Ela também destacou o assoreamento do lago, grama seca, formigueiros e a ausência de flores.
A expectativa é de que, com a revitalização, o Jardim Botânico volte a ser um espaço atrativo para lazer, educação ambiental e convivência da população.
