O morango do amor, doce que viralizou no TikTok, se transformou em uma das sobremesas mais desejadas do momento no Brasil. A tendência tomou conta das redes sociais, que hoje se dividem entre quem ensina a receita, quem vende o produto e quem compartilha suas experiências ao prová-lo. Para os confeiteiros, a moda virou uma oportunidade de ouro para ampliar o faturamento justamente em um período considerado fraco no calendário do setor.
Tradicionalmente, os meses de maior movimento para as confeitarias são abril e dezembro, com a Páscoa e o Natal liderando as vendas. Julho, por outro lado, costuma registrar queda na demanda. Este ano, no entanto, quem vive da confeitaria — seja como atividade principal ou fonte de renda extra — tem motivos para comemorar.
Com forte apelo visual, o morango do amor conquistou os internautas. O contraste do vermelho do caramelo com o recheio de brigadeiro e a fruta por dentro tornou o doce irresistível para os olhos — e para o paladar. A combinação estética e saborosa o tornou um sucesso tanto no mundo digital, rendendo curtidas e compartilhamentos, quanto no mundo real, movimentando as vendas em confeitarias de todo o país.
Thayane Honorato, dona da Thay Honorato Confeitaria Artesanal, foi uma das confeiteiras que inicialmente hesitou em aderir à novidade. “Sabia que ia dar trabalho, que exigia muito cuidado e tempo. Mas a procura foi tanta que resolvi aproveitar a onda”, contou.
Ela começou a testar a receita há cerca de duas semanas e, mesmo com a produção ainda limitada, os doces têm saído rapidamente. Thayane concilia a novidade com a fabricação de bolos e doces para festas. “A calda é sensível, qualquer deslize ela queima. Então, prefiro produzir por encomenda, mas sempre faço um pouco a mais — e acabam todos. Sempre tem gente procurando mais depois”, relatou.
Silmara Cristina Venturini Teixeira e o marido, Valdir Teixeira, já atuam há 11 anos no segmento, com a venda de maçãs do amor e balas baianas. A chegada do morango do amor foi vista por eles como uma chance de diversificar e ampliar a renda. “As vendas aumentaram bastante. O morango do amor veio somar. Estamos vendendo, em média, 80 unidades por dia”, contou Valdir.
Mesmo confeitarias que decidiram não incluir o doce no cardápio principal, por não se alinhar à proposta do negócio, buscaram outras formas criativas de aproveitar a tendência e manter o engajamento com o público.
O sucesso repentino do morango do amor reforça o impacto que as redes sociais exercem sobre o comportamento de consumo — e como a criatividade pode transformar um doce simples em um verdadeiro fenômeno de vendas.
