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'Tarifaço' sobre parte de exportações brasileiras entra em vigor nesta quarta
06 Ago
Divulgação/Porto de Santos

'Tarifaço' sobre parte de exportações brasileiras entra em vigor nesta quarta

As novas tarifas de 50% sobre parte das exportações brasileiras aos Estados Unidos começaram a valer nesta quarta-feira (6), impactando 35,9% das mercadorias enviadas ao mercado norte-americano, o que equivale a 4% do total das exportações brasileiras. A medida foi oficializada na semana passada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, como parte de sua política de proteção da indústria americana.

Entre os produtos afetados estão café, frutas e carnes, que agora passam a pagar a sobretaxa. Por outro lado, suco e polpa de laranja, combustíveis, minérios, fertilizantes, aeronaves civis (e seus componentes), polpa de madeira, celulose, metais preciosos, energia e produtos energéticos foram excluídos da medida, totalizando cerca de 700 produtos livres da tarifa.

Contexto da decisão

A imposição das tarifas faz parte da estratégia do governo Trump de aumentar barreiras comerciais contra diversos países, com o objetivo de reequilibrar a balança comercial dos Estados Unidos frente à China. Inicialmente, em abril, o Brasil foi atingido por uma tarifa de 10%, considerada a mais branda, devido ao superávit comercial americano com o país. No entanto, em julho, Trump elevou as tarifas para 50% em retaliação a medidas que, segundo ele, prejudicam empresas de tecnologia dos EUA e em resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Especialistas ouvidos pela Agência Brasil avaliam que a medida tem caráter político, como uma tentativa de pressionar o Brics, bloco formado por potências emergentes como Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O bloco tem se posicionado a favor de uma maior autonomia frente ao dólar nas transações internacionais, o que tem incomodado Washington.

Reação do governo brasileiro

Em pronunciamento no domingo (3), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil não deseja confrontar os Estados Unidos, mas não aceitará ser tratado como uma “republiqueta”. Lula também reiterou a intenção de seguir defendendo o uso de moedas alternativas ao dólar nas transações internacionais.

Para lidar com os impactos da nova tarifa, o governo brasileiro informou que está preparando um plano de contingência, que deve incluir linhas de crédito específicas e contratos públicos para ajudar empresas exportadoras a compensar as perdas.

Possíveis negociações

Após o anúncio oficial das tarifas, a Secretaria do Tesouro dos EUA entrou em contato com o Ministério da Fazenda brasileiro para abrir um canal de negociação. O presidente Trump também sinalizou que estaria disposto a se reunir pessoalmente com Lula.

Durante entrevista nesta semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que os minerais críticos e as terras raras, essenciais para a indústria de tecnologia, podem ser pontos de negociação entre os dois países. “Os EUA não têm abundância desses recursos. Podemos cooperar para produzir baterias mais eficientes”, afirmou.

Haddad também mencionou que o setor de café, um dos mais afetados, poderá ser beneficiado em acordos futuros. No mesmo dia em que Trump assinou o tarifaço, a China autorizou a exportação de café de 183 empresas brasileiras, o que, segundo o ministro, pode abrir novas oportunidades para o setor.

A crise comercial reacende o debate sobre soberania econômica e alternativas ao dólar no comércio internacional, ao mesmo tempo em que desafia o governo brasileiro a proteger seus setores produtivos e manter a competitividade no cenário global.

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