Notícias

UTFPR analisa impacto da água do Igapó após a chuva em Londrina
10 Out

UTFPR analisa impacto da água do Igapó após a chuva em Londrina

O Lago Igapó 2, na zona sul de Londrina, vem chamando a atenção nas últimas semanas pela intensa coloração verde de suas águas — resultado de um processo de eutrofização provocado pelo crescimento de cianobactérias tóxicas. A situação foi agravada pela estiagem registrada entre julho e setembro, quando o volume de chuvas ficou muito abaixo da média histórica.

Na última terça-feira (7), uma chuva intensa de cerca de 25 milímetros em uma hora amenizou parcialmente o problema. Já na manhã de quinta (9), era possível notar uma leve melhora na coloração das águas, embora as alfaces-d’água ainda cobrissem trechos significativos dos quatro lagos do Igapó — mesmo após o início da retirada das plantas, no dia 22 de setembro.

Segundo o professor Orlando de Carvalho Junior, da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), foram coletadas amostras da água para analisar os impactos da chuva, com resultados previstos para divulgação nesta sexta (10). O pesquisador afirmou que, visualmente, o lago apresentou melhora e que as chuvas ajudam a reduzir a concentração das cianobactérias, funcionando como uma “lavagem natural” do lago.

Apesar da leve melhora visual, o Índice de Qualidade da Água (IQA) continua baixo em todos os pontos analisados. No Lago Igapó 2, a concentração de algas e plantas é mais evidente nas margens, especialmente nas proximidades da ponte dos guarda-chuvas, na Rua Bento Munhoz da Rocha Neto, onde trabalhadores da Sema (Secretaria Municipal do Ambiente) e da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) realizam o mutirão de limpeza.

Durante a remoção das alfaces-d’água, a reportagem observou que alguns servidores não utilizavam equipamentos de proteção individual (EPIs), o que representa risco à saúde, já que as cianobactérias produzem toxinas nocivas que podem causar irritações na pele, coceiras, dermatites, além de efeitos hepatotóxicos e neurotóxicos se ingeridas. O professor Carvalho Junior recomenda o uso de luvas longas, botas impermeáveis, macacão, óculos e máscaras faciais durante o trabalho.

O material recolhido é transportado diariamente para a Central de Tratamento de Resíduos (CTR), no Distrito de Maravilha. Entretanto, trabalhadores relataram que as plantas voltam a se acumular nos lagos dias depois, trazidas pelas tubulações que interligam os lagos 3 e 2. Eles sugerem a instalação de telas nas ligações subterrâneas para evitar o retorno das macrófitas — medida que a Sema informou estar prevista, embora ainda sem prazo definido.

De acordo com o professor, a falta de chuva intensificou o problema, mas não é a causa principal. Ele aponta a existência de lançamentos clandestinos de esgoto ao longo do lago, que elevam os níveis de fósforo e nitrogênio, nutrientes que alimentam o crescimento das cianobactérias. A Sema informou que realizou vistorias conjuntas com a Sanepar e não identificou despejos irregulares.

O especialista destaca ainda que a presença controlada de alfaces-d’água pode ser benéfica, pois elas competem com as bactérias pelos nutrientes e reduzem a penetração de luz, ajudando a conter a proliferação das cianobactérias. Porém, ele pondera que a remoção deve ser feita com critérios técnicos, evitando prejuízos ao equilíbrio do ecossistema.

Carvalho Junior reforça o alerta à população: não é recomendado nadar, pescar ou praticar esportes aquáticos no Lago Igapó até que a situação esteja normalizada.

Image
Image
Image
Image
RÁDIO NORTE 100.3
CONTATO@RADIONORTELONDRINA.COM.BR
(43) 3367-4003

Um novo conceito em rádio!
RÁDIO NORTE 100.3
CONTATO@RADIONORTELONDRINA.COM.BR
(43) 3367-4003

Um novo conceito em rádio!