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HU de Londrina inaugura laboratório de impressão 3D
10 Maio
Reprodução/UEL

HU de Londrina inaugura laboratório de impressão 3D

A tecnologia de impressão 3D está agora oficialmente dentro do Hospital Universitário (HU) da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e à disposição para os serviços de saúde que atendem diariamente centenas de pacientes de Londrina e região. Isso é possível por meio do Núcleo de Fabricação Digital e Inovação do HU/UEL (FAB.i HU), inaugurado no final do mês de abril, que conta com um laboratório equipado com impressoras e scanners 3D para desenvolver projetos e produtos para a saúde utilizando novas tecnologias de captura e fabricação digital.

O trabalho foi iniciado em 2019 e, neste tempo, já foram desenvolvidas soluções para as áreas de Pediatria, Pneumologia e para o Centro de Tratamento de Queimados (CTQ), entre eles um sistema fechado de aspiração de fluidos do paciente, uma válvula respiratória unidirecional e uma tala de mão infantil (órtese). O objetivo é que a ação seja ampliada para outras áreas da saúde do HU, para atender Ortopedia, Neurocirurgia e Odontologia.

Com pesquisadores das áreas de Fisioterapia e Design Gráfico, o projeto tinha como objetivo inicial desenvolver produtos para auxiliar pacientes com traqueostomia. Devido à pandemia da Covid-19, a proposta foi adaptada para atender as demandas de equipamentos respiratórios para pacientes e de proteção para os profissionais da saúde.

Nesse período, foram produzidas peças de reposição em impressão 3D para máscaras full face, utilizadas para ventilação não invasiva em pacientes graves. A produção foi de 35 presilhas e 20 cotovelos para a máscara, a custo de impressão de R$0,75 e R$2,70, respectivamente, bem abaixo do praticado em mercado. Outra produção foi de 120 suportes para as face shields, utilizadas pelos profissionais da linha de frente no atendimento hospitalar.

Segundo Sônia Maria Fabris Luiz, professora do Departamento de Fisioterapia, do Centro de Ciências da Saúde (CCS), houve uma economia de R$17 mil reais para o HU/UEL com a produção própria dessas peças. “Para nós foi uma grande satisfação saber que contribuímos com essas peças tão pequenas para a sobrevida desses pacientes. Fico satisfeita de estar na hora certa e no momento certo”, afirma.

Recursos para o laboratório

Foi aproximadamente o mesmo valor de R$17 mil reais que a Superintendência do HU/UEL investiu para estruturar o laboratório e comparar as cinco impressoras e todos os equipamentos necessários. O projeto foi institucionalizado e inaugurado nas comemorações dos 50 anos do Hospital, no final de abril.

Segundo o professor Cláudio Sampaio, do Departamento de Design, do Centro de Educação, Comunicação e Arte (CECA), as impressoras adquiridas são de dois tipos. Uma imprime em resina, que dá um acabamento mais polido aos materiais, sendo utilizada por exemplo no sistema fechado de aspiração de fluidos; outra com filamento PLA, tem característica mais rústica, usada na tala para a mão infantil.

O professor lembra que na impressão da tala foi muito importante o trabalho interdisciplinar, considerado o grande diferencial do FAB.i HU. A criança havia sofrido queimadura na mão e era necessário um modelo ergonômico, avaliado do ponto de vista da Fisioterapia, com foco no paciente, e do Design, com foco no produto e nos aspectos emocionais e lúdicos do paciente. Para isso foram feitos muitos testes, o que gerou também muito aprendizado. “Tudo isso é artesanal, experimental, vamos resolvendo pontualmente até chegar em um processo estruturado de desenvolvimento”, conta.

Para o caso do sistema fechado de aspiração de fluidos do paciente, ainda em teste, o professor explica que será preciso incluir ainda outra área, como a Engenharia. Por isso, ele também convida outros pesquisadores a participar do núcleo e somar com ideias de produtos aplicados ao serviço de saúde.

Participação no LAB.i HU

O LAB.i HU está ligado a dois projetos de pesquisa. Um deles coordenado por Claudio Sampaio, o “Design e fabricação digital para a inovação em produtos e serviços para a saúde pública”; outro coordenado pelo professor Gerson Nakazato, do Departamento de Microbiologia, do Centro de Ciências Biológicas (CCB), chamado de “Inovação em design: desenvolvimento sustentável e nanotecnologia em produtos, serviços e modelos de negócio para saúde”, financiado pela Fundação Araucária.

A equipe envolve ainda o professor Rodrigo Spinosa, do Departamento de Design, do CECA; quatro estudantes de graduação, sendo três bolsistas iniciação científica (IC) e tecnológica (IT); um de Especialização que colaborou na parte de digitalização 3D e mais cinco de Especialização que colaboraram na comunicação do núcleo.

Para Cláudio, isso mostra que ensino, pesquisa e extensão — o tripé da universidade — está diretamente envolvido com a inovação aplicada ao serviço. O que contribui, segundo ele, interna e externamente. “A grande motivação é porque o HU atende a população que mais precisa, tanto de Londrina quanto de cidades pequenas da região. O fato de poder atender de forma humanizada, mas com uma alta tecnologia, é o mais motivador”, afirma.

Créditos: Tem Londrina

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