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Professora do Departamento de Biomedicina, do Centro de Ciências Biológicas (CCB) da Universidade Estadual de Londrina (UEL), há dez anos, Karen Brajão de Oliveira ainda cursava o Ensino Médio quando o grupo liderado pelos biólogos britânicos Keith Campbell e Ian Wilmut apresentou ao mundo a ovelha Dolly, primeiro clone de um mamífero a se desenvolver com sucesso. O nascimento do animal se deu a partir de um experimento com uma célula glandular mamária de uma ovelha falecida aos seis anos.
Capaz de desencadear uma revolução científica e social, o feito também causou um profundo impacto na mente de jovens fascinados pelas descobertas cientificas — dentre eles, Karen. Há poucas semanas, ela teve a trajetória acadêmica e os quase 20 anos de trabalho na docência reconhecidos pelo Conselho Federal de Biomedicina (CFBM) com a homenagem de Biomédica do ano 2021/2022. “Um filme se passa na minha cabeça desde a escolha do curso, no ano 2000, até os dias de hoje”, diz.
Nascida em São Paulo, a professora mudou-se para Londrina com a família ainda na infância. Ao longo da trajetória no Ensino Médio, desenvolveu grande interesse pela rotina de trabalho nos laboratórios, de modo que a primeira opção no Vestibular da UEL foi a graduação em Farmácia. “Ouvia falar das tecnologias relacionadas à genética, DNA recombinante, o Projeto Genoma Humano e tudo aquilo, a ovelha Dolly também. Na época, a Biomedicina não era tão conhecida aqui na região e a UEL havia montado um curso com uma proposta um pouco diferente”, lembra.
Mais tarde, Karen concluiu o mestrado e o doutorado em Patologia Experimental pela UEL, tornando-se professora coordenadora nas universidades Cesumar, em Maringá, e Pitágoras, em Londrina. É professora efetiva na UEL desde 2012, onde vem estudando variações genéticas em moléculas do sistema imunológico que podem favorecer o aparecimento do câncer de colo de útero após a infecção pelo Papilomavírus humano (HPV). Também atua como revisora de periódicos como British Journal of Cancer, Journal of Cancer Research and Therapeutics e BMC Cancer.
“É muito gratificante ver que a escolha que fizemos lá atrás vem rendendo frutos e que estamos conseguindo contribuir de alguma forma, na formação de novos alunos e profissionais. Outro dois professores já aposentados aqui da Universidade também foram homenageados, Jose Vitor Jankevicius e a Maria Angelica Ehara Watanabe. Ela foi minha orientadora na graduação, no mestrado e no doutorado, e os dois montaram o curso de Biomedicina aqui na Universidade. Lutaram pelo reconhecimento do curso. Então, tem um peso bastante grande pra mim estar ao lado deles recebendo essa homenagem”, orgulha-se Karen.
Questionada sobre como lida com movimentos e atores que buscam negar evidências científicas de modo a desconsiderar o método científico, Brajão diz que busca focar no futuro apostando na força das novas gerações.
“De onde tiramos força? Acho que de ver as novas gerações, ver as pessoas que ainda acreditam na ciência, porque temos alunos entrando. Também de ver as crianças, eu tenho um filho pequeno, então ver a curiosidade deles, e na tentativa de deixar um mundo melhor para as futuras gerações que esse que é o nosso papel. Acho que é daí que tiramos ânimo e força pra continuar”, diz.
Créditos: Tem Londrina