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A Universidade Estadual de Londrina (UEL) abriu três editais para a execução de obras de acessibilidade que serão executadas inicialmente no Calçadão, no Centro de Letras e Ciências Humanas (CLCH) e no Centro de Ciências Biológicas (CCB) para melhorar a condição de cadeirantes e de pessoas com mobilidade reduzida ou comprometida que circulam no Campus Universitário. Ao todo será investido R$1,74 milhão nos três lotes. A expectativa é de que os projetos sejam concluídos já no primeiro semestre deste ano.
A acessibilidade é um grande desafio para órgãos públicos, prevista em lei que preconiza ambientes físicos e digitais para todos, a partir da autonomia, segurança e da organização de espaços sem obstáculos. A mesma determinação vale para empresas e demais organizações privadas. Segundo o assessor para projetos estratégicos da Pró-Reitoria de Planejamento (Proplan), Gilson Bergoc, as três obras de acessibilidade representam um grande avanço e atacam pontos considerados de grande circulação de pedestres.
Ele explica que anteriormente a Administração da UEL realizou adequações para melhorar o acesso em diversos locais, como os centros de estudos, sanitários, a eliminação de desníveis nas portas de salas de aula e instalação de elevadores. Os três editais pretendem eliminar barreiras arquitetônicas e que obrigam cadeirantes, por exemplo, a percorrerem distâncias maiores que as demais pessoas para ter acesso a determinados locais.
Uma das obras prevê a acessibilidade em toda a extensão do Calçadão (sentido Reitoria/Cesa) e no trecho que faz a ligação entre o Centro de Ciências Exatas (CCE) e o Centro de Ciências Agrárias (CCA). O projeto cria uma faixa com piso adequado, que deverá ser transitável para cadeirantes e pessoas com limitações físicas, de acordo com a NBR-9050, que normatiza a acessibilidade nas edificações, mobiliário, equipamentos e espaços urbanos e rurais. As obras preveem mais de 2 mil m² de área total, a partir de uma faixa de concreto com 1,5 metro de largura. O projeto contempla ainda adequações nas escadarias do percurso.
Segundo Bergoc, o projeto, aparentemente simples, demandou três anos de trabalho da arquiteta Ângela César, que atuava junto à Divisão de Desenvolvimento Físico da Proplan. Para idealizar o projeto, foi preciso realizar um levantamento meticuloso dos detalhes e das barreiras arquitetônicas de toda a área do Calçadão. O projeto está em fase final de licitação e a ordem de serviço deve ser assinada em março. O contrato prevê 90 dias para conclusão da obra, orçada em R$1,26 milhão.
Rampa do CLCH
O outro edital, que já está na fase de assinatura de contrato e tem investimento de cerca de R$ 180 mil, prevê a construção de uma rampa de acesso em formato de X no Centro de Letras e Ciências Humanas (CLCH). A obra vai interligar o nível dos blocos onde se localizam os anfiteatros, o Laboratório de Tecnologia Educacional (Labted) e o bloco onde ficam as secretarias dos cursos de Graduação e de Pós-Graduação.
O projeto arquitetônico foi desenvolvido pelo próprio Bergoc, que buscou uma solução acessível que pudesse reduzir o percurso e, ao mesmo tempo, ajudar pessoas com limitações e toda a comunidade que utiliza o CLCH na circulação entre os espaços de aula e administrativos. Segundo ele, a rampa cobre um desnível entre dois e quatro metros de altura. Além de eliminar a barreira arquitetônica, deverá reduzir o percurso para quem utilizá-la. “São caminhos utilizados por muita gente e que poderão ser feito por uma rampa suave”, define.
Passarela do CCB
O terceiro edital está em fase de assinatura de contrato, com investimento de mais de R$ 294 mil. O projeto contempla a construção de uma passarela coberta e iluminada, de 109 metros de extensão por dois de largura, para ligar o bloco dos auditórios do Centro de Ciências Biológicas (CCB) e a Central de Salas. Por ser uma obra mais detalhada, que inclui luz e cobertura, o prazo de execução previsto será de 120 dias. De acordo com Gilson, a obra também prevê alguns ajustes no terreno.
Benefício
Levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que 8,4% da população brasileira acima de 2 anos — o que representa mais de 17 milhões de pessoas — têm algum tipo de deficiência. Quase metade dessa parcela (49,4%) é de idosos. Os dados são da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, feita pelo Ministério da Saúde (MS).
Para se ter uma dimensão do tamanho deste contingente que necessita de assistência, na faixa etária acima de 60 anos, uma a cada quatro pessoas apresenta algum tipo de deficiência. Na UEL, de acordo com informações do Núcleo de Acessibilidade (NAC), da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd), existem hoje 13 estudantes que apresentam alguma deficiência física e necessitam de acessibilidade. Os casos contabilizados representam apenas os estudantes que buscaram apoio do órgão. A cada ano, no entanto, vem sendo sendo observado o aumento da demanda de acessibilidade e de obras de adaptação, principalmente pela oferta de vagas à pessoas com deficiência no vestibular da UEL.
Créditos: Tem Londrina