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A Alumni UEL, Associação dos Ex-alunos da Universidade Estadual de Londrina (UEL), recebe nesta quinta-feira (21), Nelson Rodrigues dos Santos, um dos sanitaristas mais importantes do país, com uma contribuição importante na construção e nas reflexões sobre o Sistema Único de Saúde (SUS). Nelsão, como é carinhosamente chamado pelos colegas, vem a Londrina para o lançamento do livro “SUS e Estado de bem-estar social 1�7 (Hucitec Editora), evento que acontece na sede da Associação Médica de Londrina, na Avenida Harry Prochet, às 19h30. O evento é gratuito, aberto a toda a comunidade.
O lançamento conta com o apoio da Secretaria da Saúde do Estado do Paraná, Secretaria Municipal de Saúde e apoio cultural da AML e da Sisprime. Livros poderão ser adquiridos no local com sessão de autógrafos com autor depois da palestra.
A obra traz um resumo dos trinta anos de luta para construir o SUS, analisando derrotas e avanços ainda insuficientes para a demanda por uma vida melhor e menos excludente para nossa população. De acordo com a sinopse, assinada por Gonzalo Vecina Neto, professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, o autor fala da consequência de tratar a política como negócio. “Nelson escarafuncha muito do que não foi feito ou o foi parcialmente. Discute a questão da regionalização e da hierarquização. Nosso modelo de descentralização municipalista e nos leva a conclusão dos caminhos a serem construídos 1�7 a partir da compreensão do momento que vivemos, de perceber a jogatina financeira dos detentores do poder dentro da sociedade. Uma lição de Nelson para utopistas e não utopistas 1�7, escreve.
Biografia
Nelson Rodrigues dos Santos ou simplesmente Nelsão, é graduado em Medicina (1961, USP), doutor pela FMUSP e fez curso de Saúde Pública na Faculdade de Saúde Pública da USP (1968). Foi assistente do professor Samuel Barnsley Pessoa e coordenou alunos de Medicina em pesquisas no Ceará, Alagoas, Bahia, São Paulo, Paraná e Goiás. Era professor de Saúde Coletiva na UEL quando organizou, em 1971, a instalação das primeiras Unidades Básicas de Saúde, em convênio com a prefeitura de Londrina na periferia urbana e vilas rurais da Cidade, sendo elas as unidades da Vila da Fraternidade, Jardim do Sol e nos distritos de Irerê e Paiquerê. Também foi diretor do Centro de Saúde (CCS) da UEL e o responsável pela organização do departamento de saúde coletiva juntamente com o professor Darli Cordoni entre outros.
Foi consultor da OPAS em Brasília e geriu o Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento (PIASS) nos estados do Nordeste (1977). Era docente de Saúde Coletiva na Unicamp quando assumiu a Secretaria Municipal de Saúde de Campinas (1983-1987) e, depois, a coordenação da Comissão Inter- institucional de Saúde do Estado de São Paulo. Foi secretário de saúde do estado de São Paulo, ocasião em que foi eleito presidente do CONASS. Exerceu a secretaria executiva do Conselho Nacional de Saúde (1997-2002). Integrou a assesso- ria especial do gabinete do minis- tro da Saúde (2005-2006). Foi presidente do Instituto de Direito Sanitário Aplicado (2007-2019) e, desde então, faz parte do conselho superior e fiscal do IDISA. Tem feito assessoria informal permanente ao CONASS e CONASEMS.
Hucitec Editora apresenta livros ligados ao SUS na AML
A Hucitec Editora ainda apresenta outras duas obras durante o lançamento do livro do sanitarista Nelson Rodrigues dos Santos, o Nelsão. Estarão à venda as obras “Nas entranhas da atenção primária à saúde: formação e prática 1�7, de Felipe Guedes, Gastão Wagner de Sousa Campos, Lilian Terra, Mônica Oliveira Viana (orgs.) e “O longo amanhecer do Sistema Único de Saúde: reflexões para o SUS reexistir 1�7, de Fabiano Tonaco Borges (org.).
“Entranhas 1�7 é aquela parte do corpo humano essencial para sustentação da vida, mas que não é visível. Exatamente como acontece com aqueles que trabalham em silêncio, sem fazer muito alarde, a não ser em situações de crise, mas que são desconsiderados pelo discurso dominante na mídia e na cultura da elite. Também é onde se localiza grande parte das graves enfermidades de uma pessoa. Algo que precisa ser investigado, buscado, para que se perceba a existência de tal ou qual mazela. O livro busca conciliar as discussões políticas e técnicas que envolvem a Atenção Primária, sem perder de vista as experiências vividas pelos profissionais, naquilo que elas têm de mais visceral, indo além das recomendações ou dos protocolos. Vale a pena ler e estudar cada um dos capítulos. Os profissionais atuaram imbuídos de praticar uma Clínica Ampliada e Compartilhada e de construir espaços coletivos de Cogestão tanto intramuros quanto com a sociedade.
A outra obra, “O longo amanhecer do Sistema Único de Saúde: reflexões para o SUS reexistir 1�7, traz à cena o mefistofélico projeto neoliberal de saúde pobre para pobres. O subfinanciamento e a privatização do Estado social brasileiro colocaram dolosamente o Sistema Único de Saúde (SUS) numa situação de muita precariedade na atenção à saúde nesta pandemia. Mesmo antes do colapso do sistema de saúde brasileiro em face a doença Covid-19, a atenção de saúde pública já era carente de pessoal e de suporte de tecnologias de baixa densidade tecnológica. Na ausência do Estado brasileiro, floresceram negócios destinados a pessoas de baixa e média renda, como as clínicas populares e o Netflix da saúde. Impera à nossa geração enfrentar o hercúleo desafio de fazer o SUS reexistir num negócio que seja bom para todos. Debater sobre um Serviço Nacional de Saúde do SUS mediante um consórcio interfederativo é um dever do pensamento crítico em saúde pública.
CREDITO: TEM LONDRINA