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Tratamento para obesidade grave não é acessível a todos os pacientes
11 Out

Tratamento para obesidade grave não é acessível a todos os pacientes

O Sisvan (Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional) - sistema de informações que tem como objetivo principal promover informação contínua sobre as condições nutricionais da população e os fatores que as influenciam - aponta que, em Londrina, 45.420 pessoas possuem obesidade em seus níveis mais graves (I, II e III).

 

Segundo o Sistema, no ano de 2023, 21,78% da população (28.259 pessoas) de Londrina foi diagnosticada com obesidade grau I - quando o IMC (Índice de Massa Corporal) se situa entre 30 e 34,9. A obesidade grau II (IMC entre 35 e 39,9) afeta 8,95% (11.608) da população e, por fim, a obesidade grau III (IMC ultrapassa 40) está presente em 4,28% (5.553) da população.

Em contrapartida, o acesso aos tratamentos para a doença não acompanha o aumento da obesidade, no Brasil e no mundo. Um levantamento exclusivo, realizado pela SBCBM (Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica), comparou o número de brasileiros com obesidade em seus níveis mais preocupantes (1, 2 e 3) com o volume de cirurgias realizadas pelos planos de saúde, somados aos procedimentos via SUS (Sistema Único de Saúde). O levantamento foi realizado em decorrência do Dia Nacional de Prevenção da Obesidade - 11 de outubro.

“As taxas de obesidade quase triplicaram nos últimos 50 anos, e até 2030 mais de 1 bilhão de indivíduos em todo o mundo devem ser obesos. Isso cria uma tensão econômica significativa, no Brasil e no mundo, devido às doenças não transmissíveis associadas. A causa raiz é um desequilíbrio no gasto de energia, devido a uma interação de fatores genéticos, ambientais e de estilo de vida", informa o presidente da SBCBM Antônio Carlos Valezi.

 

O tratamento cirúrgico da obesidade, a cirurgia bariátrica e metabólica, foi disponibilizado no ano de 2023 para 0,097% dos brasileiros elegíveis para o tratamento segundo normas do país, que soma 8.239.871 milhões de pessoas, de acordo com o Sisvan.

 

Ao todo foram feitas 80.441 cirurgias no ano passado, sendo 7.570 cirurgias pelo SUS, conforme DATASUS, 3.830 cirurgias particulares e outras 69.041 cirurgias pelos planos de saúde, segundo os dados mais recentes da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).

 

O presidente da SBCBM Antônio Carlos Valezi, explica que a cirurgia é chamada bariátrica e metabólica leva este nome porque ela tem como consequência da perda de peso a melhora de doenças cardiológicas, hipertensão arterial, doenças renais, hepáticas e a remissão do diabetes tipo 2, entre outras associadas à obesidade.

 

"A segurança e a eficácia do procedimento são comprovados e trazem benefícios econômicos e sociais para o sistema de saúde e pacientes. No entanto, a cada ano acompanhamos uma evolução preocupante no que se refere ao crescimento da obesidade e, enquanto isso, menos de 1% da população elegível tem acesso ao tratamento", ressalta Antônio Carlos Valezi.

 

 
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