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Uma estudante de medicina veterinária denunciou por negligência a direção de uma escola municipal de Cambé, na Região Metropolitana de Londrina, após seu filho, de 7 anos, supostamente ter sido vítima de abuso sexual cometido por um colega da mesma idade. O menino, diagnosticado com autismo verbal, só conseguiu relatar o ocorrido três meses depois. Para preservar os envolvidos, a identidade das crianças e o nome da escola não foram divulgados.
Segundo a mãe, o caso teria acontecido em maio, pouco depois da comemoração do Dia das Mães, mas o menino só contou à família em agosto. “Meu filho sentia vergonha de falar sobre isso. Ele dizia que o colega, que já fazia bullying, o perseguia e abusava dele no banheiro durante o recreio”, relatou em entrevista ao Portal Bonde.
A mulher afirmou que o filho demonstrava comportamento diferente após o suposto abuso, pedindo com frequência para ir embora antes do recreio.
A mãe procurou a direção da escola para relatar o que havia acontecido, mas afirma ter sido desencorajada a registrar boletim de ocorrência. “A diretora e uma assistente social disseram que, se eu processasse alguém, envolveria ‘gente grande’. Fiquei com medo e me senti coagida”, contou.
Ela também destacou que o colega envolvido já apresentava histórico de bullying contra o filho e outras crianças, o que, segundo ela, havia sido informado à escola anteriormente. “Eles acham que o meu filho está inventando porque é autista”, lamentou.
Após insistir, a estudante conseguiu registrar o boletim de ocorrência em 22 de setembro, com apoio de um advogado. Ela relatou que enfrentou dificuldades no processo, sendo encaminhada várias vezes entre a Polícia Civil e o Conselho Tutelar antes de conseguir registrar o caso e realizar o exame de corpo de delito no IML de Londrina. O laudo não foi divulgado.
A Polícia Civil confirmou que investiga a denúncia. No entanto, como ambos os envolvidos têm menos de 12 anos, o caso foi encaminhado ao Conselho Tutelar.
De acordo com a mãe, o menino sofreu um surto emocional após o ocorrido e precisou ser internado no Hospital das Clínicas de Londrina, onde recebe acompanhamento psiquiátrico. “Ele ficou muito agressivo e precisou de atendimento do Samu. Agora, está em outra escola e em tratamento contínuo”, afirmou.
Procurada pela reportagem, a diretora da escola não quis se manifestar. Em nota, a Prefeitura de Cambé informou que acompanha “com atenção e sensibilidade” o caso e que “todas as providências estão sendo encaminhadas e averiguadas pelos órgãos competentes”.
O município afirmou ainda que as duas crianças e suas famílias recebem acompanhamento multidisciplinar. “Por se tratarem de menores de 12 anos, as medidas têm caráter exclusivamente protetivo, priorizando o bem-estar e a integridade de ambas”, destacou o comunicado.
A Secretaria Municipal de Educação declarou que a diretora “agiu corretamente, ouvindo a mãe e contando com o acompanhamento de uma assistente social para documentar a reunião”.
A prefeitura reforçou que “a preservação da identidade e da dignidade dos envolvidos é fundamental” e reiterou o compromisso com a proteção da infância e colaboração com as autoridades na apuração do caso.