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Mãe acusa escola de negligência após filho autista ser abusado sexualmente em Cambé
07 Out

Mãe acusa escola de negligência após filho autista ser abusado sexualmente em Cambé

Uma estudante de medicina veterinária denunciou por negligência a direção de uma escola municipal de Cambé, na Região Metropolitana de Londrina, após seu filho, de 7 anos, supostamente ter sido vítima de abuso sexual cometido por um colega da mesma idade. O menino, diagnosticado com autismo verbal, só conseguiu relatar o ocorrido três meses depois. Para preservar os envolvidos, a identidade das crianças e o nome da escola não foram divulgados.

Segundo a mãe, o caso teria acontecido em maio, pouco depois da comemoração do Dia das Mães, mas o menino só contou à família em agosto. “Meu filho sentia vergonha de falar sobre isso. Ele dizia que o colega, que já fazia bullying, o perseguia e abusava dele no banheiro durante o recreio”, relatou em entrevista ao Portal Bonde.

A mulher afirmou que o filho demonstrava comportamento diferente após o suposto abuso, pedindo com frequência para ir embora antes do recreio.

Denúncia e suposta tentativa de coação

A mãe procurou a direção da escola para relatar o que havia acontecido, mas afirma ter sido desencorajada a registrar boletim de ocorrência. “A diretora e uma assistente social disseram que, se eu processasse alguém, envolveria ‘gente grande’. Fiquei com medo e me senti coagida”, contou.

Ela também destacou que o colega envolvido já apresentava histórico de bullying contra o filho e outras crianças, o que, segundo ela, havia sido informado à escola anteriormente. “Eles acham que o meu filho está inventando porque é autista”, lamentou.

Registro do boletim de ocorrência

Após insistir, a estudante conseguiu registrar o boletim de ocorrência em 22 de setembro, com apoio de um advogado. Ela relatou que enfrentou dificuldades no processo, sendo encaminhada várias vezes entre a Polícia Civil e o Conselho Tutelar antes de conseguir registrar o caso e realizar o exame de corpo de delito no IML de Londrina. O laudo não foi divulgado.

A Polícia Civil confirmou que investiga a denúncia. No entanto, como ambos os envolvidos têm menos de 12 anos, o caso foi encaminhado ao Conselho Tutelar.

Acompanhamento médico

De acordo com a mãe, o menino sofreu um surto emocional após o ocorrido e precisou ser internado no Hospital das Clínicas de Londrina, onde recebe acompanhamento psiquiátrico. “Ele ficou muito agressivo e precisou de atendimento do Samu. Agora, está em outra escola e em tratamento contínuo”, afirmou.

Posição da Prefeitura de Cambé

Procurada pela reportagem, a diretora da escola não quis se manifestar. Em nota, a Prefeitura de Cambé informou que acompanha “com atenção e sensibilidade” o caso e que “todas as providências estão sendo encaminhadas e averiguadas pelos órgãos competentes”.

O município afirmou ainda que as duas crianças e suas famílias recebem acompanhamento multidisciplinar. “Por se tratarem de menores de 12 anos, as medidas têm caráter exclusivamente protetivo, priorizando o bem-estar e a integridade de ambas”, destacou o comunicado.

A Secretaria Municipal de Educação declarou que a diretora “agiu corretamente, ouvindo a mãe e contando com o acompanhamento de uma assistente social para documentar a reunião”.

A prefeitura reforçou que “a preservação da identidade e da dignidade dos envolvidos é fundamental” e reiterou o compromisso com a proteção da infância e colaboração com as autoridades na apuração do caso.

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