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CEIs de Londrina retomam atendimento completo a partir desta segunda (19), mas greve continua em estado de alerta
19 Maio

CEIs de Londrina retomam atendimento completo a partir desta segunda (19), mas greve continua em estado de alerta

A partir desta segunda-feira (19), os Centros de Educação Infantil (CEIs) de Londrina voltarão a operar com 100% do corpo docente ativo. A informação foi confirmada por André Cunha, presidente do Sinpro (Sindicato dos Profissionais das Escolas Particulares), durante uma reunião com profissionais da educação realizada na manhã deste sábado (17), na sede do sindicato.

Apesar do retorno integral ao trabalho, a categoria permanece em estado de greve e aguarda uma resposta oficial da Prefeitura. A decisão de retomar as atividades se baseia em uma determinação judicial do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), emitida na sexta-feira (16), que suspende temporariamente a paralisação até que seja comprovado o cumprimento do atendimento mínimo de 60% dos professores em cada unidade.

O desembargador Carlos Mansur Arida, da 5ª Câmara Cível do TJPR, assinou a liminar após a Prefeitura apresentar fotos e vídeos que, segundo o município, mostrariam CEIs totalmente fechados e sem atendimento à população. No entanto, Cunha contesta essas alegações e afirma que a categoria tem seguido a determinação do quórum mínimo.

Na segunda-feira (20), Cunha deverá ir a Curitiba para tentar dialogar diretamente com o desembargador responsável pela decisão. O objetivo é esclarecer que os CEIs estavam cumprindo a determinação de 60% de atendimento e reforçar que há uma proposta de recomposição salarial aguardando resposta da Prefeitura há 20 dias — além de propostas também apresentadas pelos sindicatos patronais, com intermediação do Ministério Público do Paraná (MPPR).

“O patronal reconheceu que a situação salarial é tão grave que sugeriu um aumento real de 40% escalonado em três anos. Como pode a greve ser considerada ilegal se até o patronal admitiu a necessidade de recomposição?”, questionou Cunha. Segundo ele, houve inclusive um documento formalizado em reunião com o MPPR, a Prefeitura e entidades representativas, reconhecendo a legalidade do movimento grevista.

Durante o encontro com os profissionais, realizado neste sábado, muitos professores expressaram sentimentos de frustração e incerteza. Dúvidas sobre hora-atividade, vale-alimentação, controle de ponto e escalas de trabalho foram levantadas. Cunha orientou que qualquer decisão interna nas unidades seja tomada com diálogo e responsabilidade, especialmente caso a paralisação parcial volte a ser necessária. Ele reforçou que, se a redução a 60% dos professores for retomada, deve haver priorização no atendimento às crianças cujas famílias realmente não têm alternativa.

A professora Cristiane Alves Rego, 46 anos, do CEI Ana Proveller (Jardim Paraíso), foi uma das participantes da reunião. Com duas graduações, pós-graduação e curso de Libras, ela afirma se sentir desvalorizada pelo salário atual de cerca de R$ 2,3 mil para uma carga de 30 horas semanais. A proposta dos sindicatos é elevar esse valor para R$ 2,5 mil em 2025, R$ 2,9 mil em 2026 e R$ 3,3 mil em 2027.

“Queremos trabalhar, mas também queremos nossos direitos. O medo é de lutar tanto e, no final, não conseguir nada. A situação está insustentável”, desabafou Rego. Ela também criticou a ideia de manter o atendimento completo com apenas 60% dos profissionais, chamando a medida de impraticável e prejudicial tanto aos educadores quanto às crianças.

Ler 17 vezes Última modificação em Segunda, 19 Mai 2025 08:55
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