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Os servidores do HU (Hospital Universitário) da UEL (Universidade Estadual de Londrina) decretaram, em assembleia ocorrida na manhã desta quinta-feira (8) no campus da instituição, que irão permanecer em estado de greve até, pelo menos, a próxima semana.

A decisão demonstra o posicionamento contrário dos servidores ao PL (Projeto de Lei) 522/2022, que trata altera a gestão dos hospitais universitários em todo o Estado do Paraná.

De acordo com Marcelo Seabra, presidente do Assuel (Sindicato dos Técnicos administrativos da UEL), os servidores não deflagraram greve, mas permanecem em estado de alerta e de protestos. A decisão será discutida, ainda, em uma assembleia que irá acontecer nas dependências do HU na tarde desta quinta.

Seabra afirma que a insatisfação dos servidores quanto ao PL se refere à autonomia das universidades, o que traz prejuízos à comunidade interna e externa. "Nossa reivindicação inicial era que o projeto fosse retirado de pauta. Queríamos que houvesse uma discussão mais ampla com a sociedade, afinal, essas mudanças irão atingir os usuários, além dos servidores", explica.

No início da semana, o presidente do Assuel se reuniu com deputados da Câmara em Curitiba. De acordo com Seabra, alguns pontos do PL foram alterados, mas a categoria ainda considera o documento inconstitucional.

Maurício Toledo, assessor jurídico do Assuel, aponta que o primeiro texto do PL - sem as emendas que foram propostas após as reuniões com os deputados - não trazia clareza e, por isso, causava dúvidas e inseguranças aos servidores e à sociedade.

"O Projeto de Lei apresentado originalmente pelo Governo do Estado cria, além de muitas dúvidas, uma insegurança muito grande. E foi isso que os servidores manifestaram aqui na assembleia: as incertezas que irão surgir caso um projeto dessa natureza seja aprovado", explica.

Apesar das emendas propostas pelos deputados e da insatisfação manifestada pelos servidores e por parte da sociedade, o Governo mantém o regime de urgência para a votação do Projeto de Lei.

Estado de greve mantido

Estudantes ligados ao projeto de extensão Lonarte, do Departamento de Design da Universidade Estadual de Londrina (UEL), realizaram a entrega de 88 kits de higiene bucal a trabalhadores de quatro cooperativas de materiais recicláveis de Londrina. Contendo escova de dentes, creme e fio dental, os produtos de higiene bucal foram acomodados em necessaire´s produzidas a partir de materiais que são pouco aproveitados pela reciclagem, como banners usados por empresas de comunicação feitos em PVC (policloreto de vinilo), e que seriam destinados ao aterro sanitário de Londrina. O objetivo é continuar a produção dos kits de modo a contemplar os trabalhadores das outras três cooperativas que atuam na cidade, no início do ano que vem.

De acordo com a coordenadora do projeto, a professora do Departamento de Design Camila Doubek, a ação foi mais uma etapa do projeto, formado por estudantes dos cursos de Design de Moda e Administração, e conta com o apoio da coordenadora do projeto ReciclaUEL, Maria José Sartor.

Buscando trabalhar com o conceito de Economia Circular, as necessaire`s foram produzidas por trabalhadoras autônomas ligadas ao Programa Municipal de Economia Solidária, cuja sede fica na avenida Rio de Janeiro, no Centro. Já os produtos de higiene bucal foram adquiridos com recursos próprios dos integrantes do projeto. Além deles, o docente do Departamento de Odontologia da UEL, Ricardo Sérgio Couto de Almeida, atuou como colaborador.

“Essa ideia dos kits de higiene bucal surgiu em uma reunião com o professor da Odontologia (Ricardo), que tem um projeto com pessoas em situação de rua. E ele trouxe dados importantes, porque muitas pessoas em situação de vulnerabilidade costumam buscar o atendimento já em situação muito complicada de saúde bucal”, explica a professora Camila Doubek.

Inseridos no kit de higiene bucal, folhetos com dicas de saúde também foram enviados aos trabalhadores autônomos da reciclagem, que, muitas vezes, acabam se deparando com uma realidade de trabalho que não oferece condições adequadas para a realização dos cuidados necessários.

O material utilizado na produção dos kits havia sido encaminhado por empresas e pessoas físicas quando da realização de um chamamento, na primeira etapa do projeto. Para a professora, o volume de banners e outros equipamentos encaminhados demonstra a urgência de se pensar novas funções para estes materiais, evitando o descarte irregular ou mesmo reduzindo o consumo do plástico. e os danos ambientais. “Nós lançamos o projeto, a notícia se espalhou e recebemos muitos banners de empresas. Acredito que tenhamos cerca de 300 a 400 banners guardados, então já não estamos recebendo mais porque já não há espaço de armazenamento”, conta.

Ainda integram o projeto de extensão os alunos Kaique Cornélio (Design de Moda) e Beatriz Costanzi (Administração), e a egressa do curso de Design de Moda Jordana Bennemann.

Créditos: Tem Londrina